
Ele me ofereceu o paraíso e a droga de uma maçã
por Dani Carneiro
Saudades do adão. Estou com saudades e um pouco de raiva do Adão. Ele me ofereceu o paraíso e a droga de uma maçã. Depois me deixou. Eu nem sabia pra onde ir. Tomei a maior chuva, voltei pra casa sozinha. Não queria ficar braba com ele. Sempre achando um motivo pra perdoar as coisas que ele me faz. Adão nunca pára com mulher nenhuma, ele não consegue se estabelecer. Depois volta com aquela cara de bobo, aqueles olhos verdes que parecem comprados, de tão lindos. Ele diz, talvez a gente se fale mais tarde, e some durante um mês ou dois. Quando vai me dar boa noite, me chama por outro nome. Queria roubar Adão pra mim.
Mas nunca sequer nos beijamos. Tenho bastante amor para dar aqui, mesmo que chegando a lugar nenhum. É tudo sobre isso. Esses relacionamentos que sacrificam dias de vida. Parece que a mão está cheia de areia, e num piscar de olhos, não tem mais nem um grão. quando Adão colocou seus olhos verdes em cima de mim, ele não tinha uma visão bem melhor daquele quadro decadente. Eu estava fora de mim, tentando me machucar todas as noites, tentando achar alguém que acertasse um tiro na minha cabeça, para que eu não sujasse as mãos.Era muita dor, que eu nem sentia mais a vida acontecendo. Tão covarde, sem senso, pura perda de tempo. Não sei se era a maneira que ele olhava para o espelho retrovisor, ou a forma como nem percebia que eu existia. Ele olhava para lindas loiras esbeltas e perfeitamente maquiadas, eu não sei, não sei o que era, só sei que eu o via o tempo todo, e desgraçadamente me encantei.
Ele pediu para que eu pegasse a bolsa e entrasse no carro, não precisava mais andar nquele salto nada apropriado para mim. Disse que eu estava confusa, que não precisava perder meu tempo tentando me adaptar a esse mundo de narizes brancos de pó, e gente fornicando atrás das portas traindo seus próprios pincípios. Disse que eu era um outro tipo de mulher, um outro nível, só precisava me descobrir, e não era naquele meio que isso iria acontecer. Ma eu sei que olhando de fora nós éramos as mesmas, apenas olhos, segurou firme as minhas mãos, me levou para casa. Foi um longo caminho ate lá, de luzes de neon, pingos de chuva no pára-brisa, e uma garrafa de vinho passeando pelas nossas bocas. u me sentia livre, espontânea e segura com Adão. Longe de tudo que não interessava, assim ele segurava em minhas mãos.
Chegando no apartamento, ele tinha um globo no teto do quarto. Disse algumas palavras doces, passou os dedos sobre meus lábios, eu poderia tomar um banho se quisesse, ele só queria ficar deitado, fumando um cigarro, e tomando mais alguma bebida. Mas queria que eu tomasse banho de porta aberta para que ele pudesse me admirar. Tirei minhas roupas, ele também, fiquei assustada, ele disse que era só relaxar e tudo daria certo." nós gostamos da vida não gostamos?" Segurava kminha mão contra o peito, enquanto eu me apaoixonava. Ligou o globo, as luzes se apagaram, e no lugar delas, luzes vermelhas pipocaram o quarto. A cama começou a rodar. "você está de saco cheio da vida, não está?". Jugou-me com força na cama, me deu uma gilete, pediu para que eu me cortasse, eu me cortei. Pediu para que eu chupasse, eu chupei. Então, pediu para que eu o batesse na cara dele, e eu bati. Ele ficou nervoso, aí me estapeou, eu disse que não entendia nada daquilo, ele disse que não era uma coisa pra se entender, apenas pra sentir. Depois me mandou embora, antes que ele acordasse era pra eu estar fora dali.
Saí pela porta de trás, branca como um fantasma, sem saber mais o que era carto ou errado, não sabia direito onde estava, nem se devia chorar. Saí dali apenas desejando uma vida normal. Naquela noite conheci o sabor dos lábios do Adão.
Depois de me tirar uma noite de sono pensando em publicar esse texto aqui, ai está ele.
Beijos
Laylaa!
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